Almir Ferreira Lopes nasceu na cidade de Campanha, localizada ao sul do estado de Minas Gerais, em 1963, filho de Lúcia Reis Ferreira Lopes e de Paulo de Mello Ferreira Lopes, era neto paterno de Paulino Araújo, descendendo de uma família tradicionalmente responsável pela fotografia na cidade. Em 1992 casou-se com Rosimary Miranda Matos Ferreira Lopes. Possui formação em História pela UEMG- Campanha e pós-graduado em História e Construção Social pela UNINCOR- Três Corações.
Seus primeiros contatos com a fotografia se deram desde cedo, ele cresceu acompanhando seu pai, Paulo Ferreira Lopes, nos locais onde ele ia fotografar. Aos 16 anos passou a ajudar seu pai na loja ”Foto Araújo” onde era encarregado de pequenos serviços. Em 1980, aos 17 anos assume a “Foto Araújo”.
Em relação a sua profissionalização, no início ele lia muito, especialmente um livro da Editora Abril chamado “Prazeres de Fotografar” o qual ensinava técnicas de fotografar para enquadramento, composição e etc. Quando já atuava como fotógrafo participou de seminários em São Paulo e realizou vários pequenos cursos de fotografia dentre os quais atribui destaque ao curso sobre “Iluminação para Reportagem” feito com o fotógrafo uruguaio Mario Espinosa Cabreira; ao curso que fez com Benf Calemberg; e ao que fez na Kodak sobre “Laboratório Manual”. Todavia, como afirma o próprio fotógrafo Almir, o principal aprendizado, depois que você domina a técnica, é o olhar fotográfico.
Na contemporaneidade sua produção visual se destaca pela qualidade técnica e pelo olhar atento principalmente no que concerne a fotografias de casamentos. Do rico ao pobre todos da cidade e da região desejam ver esse simbólico rito de passagem, o casamento, eternizado através de suas lentes. É um fotógrafo de interior, ensinado a retratar pela tradição familiar, mas que foi se profissionalizando ao longo do tempo, se mantendo atualizado com as inovações tecnológicas.
Como bom guardião da memória da cidade, Almir sempre se preocupou com a conservação e o destino do acervo fotográfico Paulino Araújo, acervo particular, mas que se encontra no Centro de Memória Cultural do Sul de Minas (CEMEC-SM) disponível para estudos. Almir também foi o responsável pela reprodução das fotografias que se encontram no CEMEC-SM. Além disso, Almir possui uma coleção de câmeras fotográficas antigas, ampliador, guilhotina, móveis de estúdio e objetos menores comuns à atividade de um fotógrafo. Esses objetos pertenciam a seu pai Paulo e a seu avô Paulino Araújo.
Contudo todo o material mantido sob sua guarda, coleção fotográfica Paulino Araújo e objetos de produção e composição fotográfica, se constituem como importante material para se refletir sobre as práticas visuais em Campanha e no Sul de Minas durante o século XX.