Edmond Jacques Pierre Dansot nasceu em 7 de abril de 1924, em um vilarejo nos Pirinéus, localizado na França. Ainda jovem, aos 13 anos, chegou ao Brasil com o intuito de tornar-se um missionário.
Desembarcou em Recife para iniciar os estudos no Seminário dos Irmãos Maristas, em Apipucos, tendo na época se apaixonado pela cidade. Porém, terminado seu curso logo se mudou para Belém do Pará, para exercer a profissão de educador. Sua formação lhe permitiu se dedicar ao ensino do francês, da matemática, física e desenho. Foi nesse período que travou os primeiros contatos com a fotografia, por volta de 1944, quando conheceu o fotógrafo alemão Fritz Liebmann de quem se tornou amigo e assistente fotográfico durante sua temporada em Belém.
Após 20 anos trabalhando na Congregação Marista, Dansot resolveu abandonar suas funções de educador e foi trabalhar como fotógrafo. Voltou ao Recife e iniciou sua nova carreira como colaborador do jornal esportivo francês, o L’Equipe. Nesse ínterim, montou um estúdio fotográfico, o Labolux, na Rua das Ninfas, no bairro da Boa Vista. Seu interesse era trazer um padrão de fotografia mais artística para a cidade, que ele via como incipiente no período. Edmond Dansot sempre expressou um olhar acurado para o aspecto artístico onde a beleza se revelava no “aparentemente ordinário".
Sua prática fotográfica também esteve direcionada ao fotojornalismo, trabalhando no Diário de Pernambuco de forma que pudesse vivenciar o cotidiano dos profissionais dessa área, visando principalmente aprimorar-se para se dedicar ao projeto de documentar as vivências dos nordestinos em meio a efetivação da Sudene. Nesse contexto, trabalhou como fotógrafo oficial do Governo do Estado de Pernambuco durante algumas décadas e documentou em imagens importantes aspectos do crescimento econômico e industrial da região do Nordeste.
Dansot produziu também retratos de várias personalidades como Miguel Arraes, Dom Helder, Capiba e Ayrton Senna. Fotografou campanhas publicitárias em Recife para empresas estatais e privadas. Seu interesse se deteve igualmente no registro de produções culturais, como o caso do artesanato, que se projeta no livro de fotografias lançado juntamente com o Ricardo Ramos chamado “Arte Popular Pernambucana” (1982). Mas que pode ser visualizado também na ampla documentação que realizou sobre a Missa do Vaqueiro no sertão pernambucano.
O fotógrafo veio a falecer em 2012, em Recife, deixando um acervo catalogado estimado em mais de 150 mil negativos. Parte da sua obra pode ser encontrada em algumas instituições do Estado, como a Fundação Joaquim Nabuco, que disponibiliza o acesso à pesquisa desse material que tem grande importância histórica e social.