Santos, Guilherme (Rio de Janeiro - Rio de Janeiro)

Vida: 
1871 a 1966
País: 
Brasil
Autor: 
Sem referência
Campo de atuação: 
Fotografia estereoscópica
Fotografia amadora
Fotoclubismo
Trajetória fotográfica: 
Photo Club Brasileiro
Sociedade Brasileira de Belas Artes
Destaques: 
Exposição “Rio Antigo” no MIS-RJ
Exposição “19 Anos MIS” no MIS-RJ
Exposição “Rio Primeiras Poses” no IMS-Rio
Exposição “O paço, a cidade e o Morro” no Paço Imperial
Exposição “Conflitos” no IMS-Rio

Guilherme Antonio dos Santos nasceu em 12 de fevereiro de 1871 na cidade do Rio de Janeiro. Mais conhecido como Guilherme Santos, foi um fotógrafo brasileiro amador que atuou exclusivamente com a estereoscopia, técnica de fotografia tridimensional. Era comerciante, herdeiro de uma das mais famosas joalherias da corte imperial, a Santos Moutinho e Cia, que mais tarde se tornaria a famosa joalheria e galeria de arte Casa Luiz de Rezende. Filho de José Antônio dos Santos, Guilherme abriu mão dos negócios do pai em 1922, e passou a ser representante dos cofres belgas Fichet no Brasil.

Guilherme Antônio recebeu educação rígida, aos moldes aristocráticos e se formou bacharel em Letras pelo famoso Colégio Abílio no final da década de 1880. Já no século XX, abalado por uma “crise dos nervos”, foi incentivado por seu pai a tratar-se na Europa. Nutrindo grande interesse pela fotografia, é apresentado à técnica estereoscópica em uma exposição da Maison Jules Richard no Grand Palais em Paris. Retorna ao Brasil em 1905 com todos os equipamentos necessários à prática da estereoscopia, a fim de produzir o que ele vai chamar de fotografia “artístico-documental”.

Com seu equipamento estereoscópico, Santos produziu diversas séries de imagens que representam as paisagens naturais e urbanas de diversas cidades do sudeste do Brasil, mas em especial do Rio de Janeiro e seus arredores. Não deixa de lado, porém, a intensa vida social e política da cidade, produzindo assim a maior coleção de fotografias estereoscópicas brasileiras, ao longo de um período que vai de 1905 a 1957, em um total de mais de 17 mil vistas. A Exposição Internacional de 1922, a inauguração do Cristo Redentor e a passagem do Graff Zeppelin pelos céus do Rio, são alguns dos acontecimentos registrados pelas lentes do fotógrafos.
Tendo na fotografia um hobby, Santos filia-se ao Photo Club Brasileiro em 1925 e recusa-se a vender suas vistas estereoscópicas, preferindo usá-las para presentear seus amigos, parentes e personalidades ilustres, nacionais ou estrangeiras. Na década de 1940, torna-se membro da Sociedade Brasileira de Belas Artes, ato que comprova sua crença na natureza artística da fotografia.

A partir da década de 1950 Guilherme começa a buscar uma instituição museológica pública interessada em comprar seu acervo estereoscópico. É somente na década seguinte, mais especificamente em 1964, que o fotógrafo consegue finalmente vender a maior parte de sua coleção para o Banco do Estado da Guanabara (BANEG), a fim de compor o acervo inicial do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS), inaugurado no ano seguinte. Suas vistas, no entanto, não foram exibidas na exposição de inauguração do MIS. Guilherme vem a falecer em 1966, aos 95 anos, sem jamais ter visto suas fotografias expostas. As vistas estereoscópicas de Guilherme Santos serão exibidas somente nas exposições “Rio Antigo”, em 1975 e “19 Anos MIS” em 1984.

No ano de 2013, uma pequena parte das estereoscopias que Guilherme Santos havia mantido com seus herdeiros (cerca de 3 mil imagens) passa a fazer parte do acervo fotográfico do Instituto Moreira Salles (IMS). A partir de então, suas vistas estereoscópicas serão expostas em  “Rio: primeiras poses – visões da cidade a partir da chegada da fotografia (1840-1930)”, no ano de 2015, no próprio Instituto. Em 2016, a exposição “O paço, a praça e o Morro” no Paço Imperial, exibiu suas vistas do Morro do Castelo. Em 2017, a exposição “Conflitos: fotografia e violência política no Brasil 1889-1964”, exibiu nas galerias do Instituto Moreira Salles, as fotografias que Guilherme Santos produziu sobre a Revolução de 1930.

Referências: 
Sem referência

 

 

ISBN: 978-85-63735-10-2