os pesquisadores


David Scott é professor no Departamento de Antropologia da Columbia University. Especialmente desde a publicação de “Refashioning Futures: Criticism after Postcoloniality” (1999) e “Conscripts of Modernity: The Tragedy of Colonial Enlightenment” (2004) tem se dedicado a pensar a reconceitualização das formas de narrar a história do passado colonial no presente pos-colonial. Para isso, desenvolveu diversas pesquisas, tendo o Caribe como principal campo de trabalho, sobre tradição e gerações, diálogo e crítica, auto-determinação e soberania, tragédia e temporalidade, justiça de transição e liberalismo. Seu ultimo livro “Omens of Adversity: Tragedy, Time, Memory, Justice” (2014) aborda algumas dessas questões. No momento, ele está completando o livro “Stuart Hall’s voice: Style, Dialogue, and the Ethos of Receptive Generosity”, baseado em conferências ministradas na University of the Westerm Cape, na África do Sul, em 2013, sobre o teórico inglês Stuart Hall, um dos autores que informam a abordagem do presente projeto, e iniciando estudo sobre a possibilidade de reparações para a escravidão no Novo Mundo como injustiça histórica e suas implicações narrativas, linha de pesquisa na qual a presente proposta está incluída. David Scott é fundador e editor da revista acadêmica Small Axe: A Caribbean Journal of Criticism e é o coordenador geral do presente projeto junto com Hebe Mattos.


Hebe Mattos é Professora Titular de História do Brasil na Universidade Federal Fluminense, Cientista do Nosso Estado da FAPERJ e pesquisadora 1 A do CNPq. É professora Visitante na Columbia University no momento da elaboração da presente proposta, onde ocupa a cátedra Ruth Cardoso do Center for Brazilian Studies, participa das discussões do grupo de discussão Digital Black Atlantic e está terminando um livro sobre identidade negra e memória da escravidão no Brasil. É autora de diversos livros, artigos e capítulos de livro sobre escravidão e pós-emancipação no Rio de Janeiro, entre eles, Das Cores do Silêncio (1995, 1998, 2013), que acaba de ganhar sua terceira edição revista pela Editora da Unicamp. É coordenadora associada do Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI/UFF), onde coordena desde 1994 o projeto coletivo Memórias do Cativeiro-Passados Presentes que resultou no livro Memórias do Cativeiro (2005), em diversos artigos e capítulos de livro publicados no Brasil e no exterior, e em 4 filmes documentários (labhoi.uff.br/passadospresentes). Também tem extensa experiência em projetos de pesquisa colaborativa na forma de plataforma digitais , tanto nacional como internacionalmente, com destaque para o projeto Identidades do Rio, apoiado pela FAPERJ (pensario.uff.br) e para o site do Festival Internacional do Filme de Pesquisa (labhoi.uff.br/rff), plataforma trilingue com filmes documentários sobre memória da escravidão, desenvolvida em colaboração com instituições de pesquisa da França e do Canadá. É a coordenadora geral da presente proposta juntamente com David Scott.


Eric Foner é titular da cátedra DeWitt Clinton no departamento de História da Columbia Univesity, especializado em história dos Estados Unidos no período da Guerra Civil e Reconstrução, com inúmeros livros publicados. Seu livro mais recente, The Fiery Trial: Abraham Lincoln and American Slavery (2011) ganhou os prêmios Pulitzer Bancroft e Lincoln. O livro Nothing But Freedom: Emancipation and Its Legacy (1983) foi traduzido e publicado no Brasil em 1988 (Nada Além da Liberdade). Foi presidente da American Historical Association e da Sociedade de Historiadores americanos e é um dos mais influentes historiadores dos Estado Unidos na historiografia sobre o pós-abolição no Brasil. Eric Foner escreveu também livros para o ensino básico e foi curador de exposições, incluindo a premiada exposição "A House Divided : A América na era de Lincoln" da Chicago Historical Society. Neste projeto, vai atuar como consultor especial sobre história pública da escravidão e do pós-emancipação, além de participar dos debates sobre escravidão, reparação e políticas educacionais no mundo Atlântico e na curadoria dos casos a serem incorporados nas plataformas digitais propostas.


Christopher L. Brown é professor de História na Columbia University. especialista na história da Grã-Bretanha do século XVIII e na história comparada da escravidão e da abolição, com um segundo campo de atuação na era das revoluções e na história do mundo atlântico. É autor do livro Moral Capital: Foundations of British Abolitionism (2006). Atualmente, desenvolve trabalho de pesquisa sobre a experiência britânica ao longo da costa ocidental da África na época do comércio de escravos no Atlântico, e também sobre o declínio e queda da classe senhorial britânica na época da abolição da escravidão nas colônias inglesas. Neste projeto, vai participar dos debates em curso sobre escravidão, reparação e políticas educacionais no mundo Atlântico, e na curadoria dos casos a serem incorporados nas plataformas digitais propostas.


Natasha Lightfoot é Professora Assistente no departamento de História da Columbia University. É especialista em estudos da escravidão, emancipação, identidades negras, política e cultura nas áreas de Caribe, do mundo Atlântico e na história da diáspora africana. Seu próximo livro centra-se em formas cotidianas de liberdade dos negros da classe trabalhadora em Antígua após a emancipação. Na Columbia, ela ministra regularmente cursos sobre história comparada da escravidão e da abolição no mundo Atlântico. Neste projeto, vai participar dos debates em curso sobre escravidão, reparação e políticas educacionais no mundo Atlântico, e na curadoria dos casos a serem incorporados nas plataformas digitais propostas.


Martha Abreu é professora associada no Departamento de História da Universidade Federal Fluminense, Cientista do Nosso Estado FAPERJ e pesquisadora 1 do CNPq. É especialista em história da cultura no Brasil oitocentista e no período pós-abolição e também em estudos comparativos sobre cultura negra no Atlântico. É autora de vários livros sobre esses temas e possui também publicações na área de educação, ensino de história e sobre patrimônio cultural no Brasil. É co-autora, com Hebe Mattos, de trabalhos acadêmicos sobre a Lei 10639 (2008 , 2010) e de três filmes documentários (Memórias de cativeiros, em 2005; Jongos , Calangos e Folias: Música Negra, Memória e Poesia, em 2007; Passados Presentes: Memória Negra no Sul Fluminense, em 2011) sobre memória da escravidão, reivindicações de reparação e história pública no Brasil. Foi a principal coordenadora do "Inventário dos Lugares de Memória do tráfico atlântico de escravos e dos africanos escravizados no Brasil", uma iniciativa do projeto Rota do Escravo da UNESCO. Na presente proposta, atuará como coordenadora e uma das principais curadoras para a construção da plataforma digital sobre os lugares de memória de africanos e seus descendentes no Rio de Janeiro, especialmente no que se refere ao patrimônio imaterial, além de participar dos debates sobre escravidão, reparação e políticas educacionais no mundo Atlântico em conjunto aos demais pesquisadores do projeto.


Keila Grinberg é Professora Associado no Departamento de História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e pesquisadora do CNPq. É especialista na história da escravidão no Brasil do século 19 e em metodologia do ensino de história. É autora de diversos artigos e livros acadêmicos nesses temas, incluindo uma edição especial na mais importante revista internacional sobre a escravidão no mundo Atlântico, Slavery and Abolition (2011) e o livro Slavery, Freedom and the Law in the Atlantic World, com Sue Peabody. Tem destacada atuação nas discussões sobre história pública e ensino de história, história e plataformas digitais e é também autora de duas coleções de livros didáticos de história para alunos do ensino fundamental e médio. Desenvolveu o site Detetives do Passado: escravidão no século XIX (historiaunirio.com.br/numem/detetivesdopassado) com Anita Almeida , que será a base de uma das plataformas propostas por este projeto, a ser desenvolvida sob sua coordenação. Irá também participar dos debates sobre escravidão, reparação e políticas educacionais no mundo Atlântico em conjunto aos demais pesquisadores do projeto.


Mariana Muaze é Professora Associada no Departamento de História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). É especialista em história do Brasil do século 19, escravidão e metodologia do ensino de história. É autora do livro Memórias da Viscondessa: Família e Poder no Brasil Império (2008). Atualmente, está desenvolvendo um projeto comparativo sobre a escravidão doméstica e as relações familiares, no Vale do Paraíba e no Mississippi Valley (1820-1860). Para a presente proposta, estará envolvida na discussão sobre escravidão, reparação e políticas educacionais no Brasil e também irá contribuir para desenvolver novos casos para a plataforma Detetives do Passado.


Monica Lima e Souza é Professora Associada de História da África na Universidade Federal do Rio de Janeiro IUFRJ). Foi professora de ensino médio no Colégio de Aplicação da UFRJ por muitos anos, atuando na formação de professores de História. Desde a aprovação da Lei 10.639/2003, tem trabalhado como consultora para instituições públicas e privadas, tendo participado do desenvolvimento de projetos como A Cor da Cultura (http://www.acordacultura.org.br/). É autora de vários artigos e livros, ente eles, Heranças Africanas no Brasil (Rio de Janeiro: CEAP, 2009) e “The Sound of Drums: Teaching and Learning African History and the History of Africans in Brazil” (in The Transatlantic Slave Trade and Slavery: New Directions in Teaching and Learning. New Jersey: AWP, 2013). Para a presente proposta, ela vai se engajar nas tarefas de avaliação do impacto da Lei 10639 nas maneiras em que a história da África e da diáspora africana no Atlântico estão sendo ensinadas no Rio de Janeiro, bem como no desenvolvimento da pesquisa acadêmica em história da África e da história da cultura afro-brasileira no país. Irá também participar dos debates sobre escravidão, reparação e políticas educacionais no mundo Atlântico em conjunto aos demais pesquisadores do projeto.


Amilcar Araujo é Professor Associado no Departamento de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) . Especialista em história das relações raciais no Brasil, publicou diversos artigos e livros, entre eles, O Mundo Negro: Relações raciais e a Constituição do Movimento Negro no Brasil Contemporâneo (2013), Histórias do Movimento Negro no Brasil (2007, com Verena Alberti) e Ensino de História e Culturas afro-Brasileiras e Indígenas (2013, com Ana Maria Monteiro). Para a presente proposta, vai coordenar atividades de pesquisa para avaliar o impacto da Lei No.10.639 nas formas como as demandas por reparação em relação ao legado do passado escravista estão sendo articuladas por professores e alunos em sala de aula, bem como nas formas em que os professores do Rio de Janeiro de nível fundamental e médio estão sendo treinados para abordar esses tópicos em sala de aula. Irá também participar dos debates sobre escravidão, reparação e políticas educacionais no mundo Atlântico em conjunto aos demais pesquisadores do projeto.


Giovana Xavier é Professora Associada do Departamento de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenadora do grupo de trabalho Emancipações e Pós-abolição da Associação Nacional de História. É especialista em educação e relações étnico-raciais e na história das mulheres afro-brasileiras na era pós-emancipação. Tem publicado diversos artigos sobre ensino de história e gênero afro-brasileiro, raça e transnacionalismo no século 20 nas Américas. Organizou o livro Mulheres Negras no Brasil escravista e Pós-emancipação (com Flavio Gomes e Juliana Barreto Farias, 2012). Desenvolve atualmente o projeto de pesquisa "Depois da Abolição: Narrativas de História nas Escolas sobre o pós-emancipação", sobre as formas em que professores e alunos usam a memória da escravidão para o conhecimento histórico construído em sala de aula, que será integrado aos esforços coletivos do presente projeto. Irá também participar dos debates sobre escravidão, reparação e políticas educacionais no mundo Atlântico em conjunto aos demais pesquisadores do projeto.


Elaine Monteiro é Professora Adjunta no Departamento de Educação da Universidade Federal Fluminense. Desde a aprovação da Lei 10.639/2003 vem trabalhando com educação e patrimônio cultural entre as comunidades afro-brasileiras do Rio de Janeiro, sendo coordenadora do Pontão da Cultura do Jongo e do Caxambu, programa de extensão em parceria com comunidades jongueiras do sudeste. Para a presente proposta, será a responsável por articular a interação dessas comunidades com a construção da plataforma digital sobre os lugares de memória de africanos e seus descendentes no Rio de Janeiro. Irá também participar dos debates sobre escravidão, reparação e políticas educacionais no mundo Atlântico em conjunto aos demais pesquisadores do projeto.