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Independência de Angola

Entrevistado: Artur Pestana (Pepetela)
Entrevistador: Marcelo Bittencourt
Tipo: entrevista temática
Duração: 03:00:00
Local: Luanda-Angola
Data: 02/06/1995
Sumário



FITA I - LADO A:

Ano de ingresso no MPLA. Questão da formação do MPLA. Relação entre MPLA e Partido Comunista Português (PCP). Importância da Casa dos Estudantes do Império (CEI), em Portugal e a fuga dos estudantes do Governo Salazar (Portugal). Histórico da participação no Movimento de Libertação, no Partido e no Governo. Reconhecimento do MPLA como Movimento que melhor representou um perfil nacional, supra-étnico. Destaca conflito político entre elites urbanas (MPLA) e elites rurais tradicionais (Holden Roberto, Savimbi, etc.). Idéia de Frente defendida por Viriato da Cruz com a FNLA e críticas à proposta. Conflito sino-soviético e possíveis influências na Revolta Ativa. Anseios da Revolta Ativa.

FITA I - LADO B:

Discussão se a Revolta Ativa foi ou não um ato oportunista, não adesão a Revolta da Ativa por elementos do Leste. Conflitos e fissuras entre os que faziam a luta internamente (clandestinidade ou nas cadeias) e aqueles chamados "da guerrilha". Comentários sobre o fato de Nito Alves congregar pessoas da guerrilha e da clandestinidade e sofrer oposição de ambos os lados. Revolta do Leste. Movimento de Reajustamento (1972). Discussão se Chipenda teria sido visto pelos soviéticos como uma alternativa ao centralismo político do MPLA.


FITA II - LADO A:

Alinhamento de Chipenda a FNLA (joga com o capital de ser ovimbundo). Fato de Agostinho Neto ser o concentrador de informações sobre quem estava na guerrilha e quem estava na clandestinidade. Fracasso do Congresso de Lusaka e maior importância da direção do MPLA a Conferência Inter-regional de Quadros. Relações do MPLA com Cuba. Auxílio do Movimento das Forças Armadas (MFA) ao MPLA no momento da transmissão do poder. Principais pontos discutidos na Reunião do Comitê Central de outubro de 1976. Personalidade de Nito Alves, momento de surgimento do nome Nito Alves, trajetória de ascensão, apoios, ligação com o Poder Popular, grupo representado por Nito Alves.

FITA II - LADO B:

Posicionamento da URSS na questão Nito Alves, amplitude do golpe, contra-ofensiva violenta, alinhados e não alinhados às idéias de Nito Alves. Acusação a Neto de que era personalista. Relação entre os quadros mais antigos e a nova geração surgida no pós-independência. Diferenças entre um movimento de libertação e um partido político. Transformação do MPLA em Partido Marxista-Leninista e o efeito disso sobre as divisões existentes em seu interior. Significado do marxismo para o MPLA e para Angola.

FITA III - LADO A:

Relação do MPLA com os pequenos grupos marxistas fora do movimento, criação da OCA e posterior ilegalização. Balanço da experiência socialista em Angola e discussão se houve uma absorção da ideologia socialista pelos quadros do MPLA ou se foi apenas uma postura formal. Proposta de aumento dos membros do Comitê Central por Neto em 1978. Questão da tensão por parte do MPLA - PT com as diversas regiões, em contraste com o peso de Luanda. Proposta de Neto de realizar uma política de abertura e aproximação com o Ocidente e continuidade de tal política por José Eduardo dos Santos. Discussão se o MPLA era o movimento mais preparado para construção de uma identidade nacional.

FITA III - LADO B:

Comentários sobre a questão étnica e racial em três momentos: luta de libertação, pós-independência e momento eleitoral de 1992. Destaca a manipulação política das tensões existentes entre os diferentes grupos étnicos e, afirma que afastando-se a manipulação, o grande problema que surge é entre os expropriados e os que ascenderam socialmente. Neste sentido, aponta Cabinda como exemplo paradigmático. Marca o grande afastamento de Luanda do restante do país. Ressalta ser mais fácil identificar as diferenças do que as proximidades entre as etnias (sentimento de angolanidade).

 

 

 

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