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Acervo Trajetórias Docentes

Entrevistado: Raphael Braga de Oliveira
Entrevistador: Memorial - PIBID
Tipo: história de vida
Duração:
Local:
Data: 11/01/2017
Sumário

Raphael Braga de Oliveira foi bolsista do Pibid no Subprojeto História UFF – 2014 (Entrega do memorial – 11/2017)

Estudei no Ensino Fundamental I no Colégio Santo Antônio Maria Zaccaria, no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Durante a faculdade realizei os seguintes estágios: Fui voluntário como coordenador e professor de História do Pré Vestibular Comunitário São Cosme e São Damião no Andaraí nos anos de 2013 e 2014 e como coordenador e professor de História do Pré Vestibular Comunitário Nossa Senhora de Fátima em São Gonçalo no ano de 2015. Bolsista do Programa Bolsa Desenvolvimento Acadêmico 2013 UFF – Acervo Pessoal da Professora Eulália Maria Lahmeyer Lobo – 24/06/2013 a 16/02/2014. Estagiário no grupo de pesquisa do Laboratório de Ensino de História da UFF, do professor Fernando de Araujo Penna: "Negociando a distância entre passado, presente e futuro em sala de aula: a relação entre o tempo histórico e a aprendizagem significativa no ensino de história." durante Julho de 2014 até a Novembro de 2016. - Estagiário de História da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha do Brasil - 22/06/2015 até 31/05/2016.

Estagiário do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID/UFF - Capes) - 15/07/2015 até vigente data. Professor de História para o Ensino Fundamental II no Centro Educacional Gênios Mirins - 15/07/2016 – 15/06/2017.
 
Local e data de nascimento: Rio de Janeiro 16/07/1991

Introdução

 

Venho por meio deste artigo apresentar as minhas experiências com educação durante a minha formação na Universidade Federal Fluminense, em especial durante o estágio no Programa de Iniciação a Docência - UFF. Tenho 26 anos e sou aluno do curso de licenciatura em História da Universidade Federal Fluminense. No ensino básico, cursei o ensino fundamental I em um colégio particular no Catete, Colégio Santo Antônio Maria Zaccaria e tive o primeiro contato com o ensino público em uma escola federal, quando fui aluno do Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde cursei o ensino fundamental II e o ensino Médio entre os anos de 2004 e 2010. Escolas que foram fundamentais na minha formação e na minha escolha pelo magistério.

Durante o meu trajeto na Universidade nos primeiros períodos fiz estágio voluntário em um pré vestibular comunirio chamado Pré Vestibular São Cosme e São Damião em uma Paróquia de mesmo nome localizado na Rua Leopoldo, 434 no Andaraí, na esquina da rua onde moro, onde tive um maior contato com estudantes e professores da rede pública do estado do Rio de Janeiro. Foi nesse local que tive a primeira oportunidade de lecionar aulas de História quando estava no 3º período da UFF e fui coordenador por dois anos.

Nesse mesmo momento, fui bolsista de Desenvolvimento Acadêmico da PROAES onde pesquisei e organizei com o professor de História da UFF, Luiz Fernando Saraiva durante 9 meses sobre o acervo pessoal da professora Eulália Maria Lahmeyer Lobo localizado na Biblioteca Central do Gragoatá. Essa bolsa visa a permanência estudantil e contribuiu financeiramente para que eu permanecesse na Universidade, além da pesquisa ter contribuído para que eu me familiarizasse com o ambiente acadêmico e aprendesse a pesquisar, visto que para um professor é impossível dissociar ensino e pesquisa. Contribuiu também para que eu participasse mais de atividades acadêmicas, como palestras e seminários, principalmente os ligados a educação.

Após o período da bolsa oferecida pela PROAES que despertou ainda mais o meu interesse pelo meio acadêmico, fui estagrio voluntário do grupo de pesquisa do professor Fernando de Araújo Penna da Faculdade de Educação da UFF, onde a pesquisa era voltada para o ensino de História com o título de "Negociando a distância entre passado, presente e futuro em sala de aula: a relação entre o tempo histórico e aprendizagem significativa no ensino de história.". Tais trabalhos de pesquisa fizeram com que eu me mostrasse mais preparado e confiante para lecionar de forma crítica e reflexiva. Em uma reunião do grupo de pesquisa, no dia 16 de julho de 2015, uma quinta-feira a tarde, dia do meu aniversário, fui selecionado para uma bolsa no Programa de Iniciação a Docência - UFF e não consegui mais freqüentar as reuniões do grupo.

Interesse pelo PIBID

Por ser aluno da licenciatura sempre tive interesse em participar de projetos voltados para a educão, mesmo que a universidade e o curso que eu tenha escolhido sejam muito mais reconhecidos nacionalmente e internacionalmente pela pesquisa de História realizada na s-graduação do que pelo ensino de História.

Por meio de colegas da UFF que foram bolsistas, professores da UFF (em especial o professor Fernando Penna e o professor Everardo Paiva) e da rede estadual de ensino básico que tenho amizade conheci o PIBID, muitos deles falavam muito bem do PIBID e das possibilidades de integração entre a universidade e as escolas. Os estágios obrigatórios das disciplinas de Pesquisa e Prática de Ensino da UFF me aproximaram das atividades realizadas pelos bolsistas e supervisores do PIBID.

O trabalho desenvolvido pela professora supervisora do PIBID/UFF- História, Priscila Arte no Colégio Estadual Aurelino Leal em Niterói, onde realizei o meu estágio obrigatório de PPE II despertou o meu interesse pela educação e pelo programa. Observei a integração entre a professora, bolsistas e alunos. Talvez o ponto que tenha me chamado maior atenção tenha sido o maior interesse dos alunos durante as aulas, que tiravam dúvidas durante das aulas com os bolsistas e com a professora. A possibilidade de elaboração de atividades junto a um professor ou professora da rede estadual foi algo que me chamou atenção, pois alia a bagagem intelectual de muitos anos desses profissionais e novos conhecimentos por parte dos licenciandos. E posteriormente entrei no PIBID - UFF com a professora Flávia Pereira no Colégio Estadual Raul Vidal.

A pouca quantidade de bolsas voltadas aos alunos da licenciatura que englobe a educação básica com a teoria e a ptica faz com que muitos alunos desistam da licenciatura, potencializado pelas às más condições de trabalho em escolas, baixos sarios e pouco prestígio social. Mas o contato que eu tive com o PIBID foi animador. A liberdade e a boa relação entre licenciandos e professores era perceptível e animadora para um aluno no início da graduação como eu que desejava conciliar teoria e prática.

O primeiro contato com o PIBID na Pesquisa e Prática de Ensino II

Na segunda PPE escolhi estagiar no Colégio Estadual Aurelino Leal que fica localizado na Rua Presidente Pedreira, número 79 no bairro do Ingá na cidade de Niterói no Rio de Janeiro, com a professora Priscila Arte que eu iria acompanhar foi por sugestão do professor da UFF da disciplina de PPE II, Fernando de Araújo Penna1, e uma ex-aluna dele chamada Paula.

No primeiro dia avistei no pátio um relógio de sol, conversando com um colega da UFF que foi aluno do colégio ele me disse que não era um relógio de sol, era um tronco, ao qual os escravos eram amarrados e açoitados no período da escravidão, pois o colégio já foi no passado uma antiga Casa Grande. Um ano depois do Thiago sair do colégio, o tronco foi cortado e transformado em relógio de sol, muito provavelmente para esconder certas memórias. Talvez pudesse ser um prenúncio de outras situações que eu iria encontrar na escola. No primeiro dia de estágio de PPE fui muito bem recebido pela professora, conversando com ela descobri que está acostumada a receber muitos estagiários de PPE e ela também é supervisora do PIBID/UFF.

Na primeira aula ocorreu algo muito grave e constrangedor, um aluno foi racista com outros dois alunos. A professora, assim como todos que estavam na turma ficam surpresos e perplexos com a atitude racista do aluno, diante da situação a professora de manifestou falando que o aluno não poderia falar aquilo, pois ele já tinha mais de 18 anos e poderia ser preso. Aquela cena não saia da minha mente e não conseguia concordar com a atitude da professora. Acreditava que ela poderia ter lidado de uma melhor forma com a situação. Parar a aula para discutir sobre racismo seria fundamental, visto que no ensino de História a competência narrativa é fundamental para a consciência moral. É nesse momento que se pode desafiar valores morais através de argumentos embasados historicamente como afirma Rusen2.

Hoje acredito que é impossível determinar uma reação no momento em que ocorre uma situação dessas, e talvez seja melhor trabalhar essa questão com o desenvolvimento das aulas como a professora fez. Caso a professora interviesse naquele momento eu havia pensado que ela poderia ter partindo da vivência dos alunos, utilizaria a própria escola para discutir sobre o tema. O caso já citado do tronco que foi retirado e se tornou um relógio de sol ou o grafite presente em um dos muros da escola, poderia ser utilizado como elementos da discussão em sala de aula. Problematizando, acerca da questão da memória na própria História, como afirma Le Goff: “[...] a verdade consiste em evitar o esquecimento. Existe um dever de memória, principalmente em relação ao que dói e incomoda. [...].”3.

Mas a postura da professora foi diferente, ela organizou em conjunto com os estagiários do pibid atividades de debate nas turmas a respeito da violência na sociedade e o acesso a educação. Essa atividade foi utilizada como base o conteúdo de história da Primeira República. Um dos principais debates foi como essa violência e o apoio a ela pode estar relacionada com a falta de acesso a educação de qualidade, pois na Primeira República o acesso à educação não é um direito.

Mesmo com os alunos não falando muito durante a atividade, deu para perceber o maior interesse deles quando se estabelecem relões entre passado e presente, a por parte do aluno que foi racista. Tal fato contribuiu muito para a minha formação pois estabelecendo relões entre o passado e presente os alunos conseguem compreender o seu presente e vislumbrar novas possibilidades de futuro. Como afirma o Koselleck4 partir das nossas experiências e das nossas visões do passado nós podemos (re)criar expectativas para o futuro. Essa conscientização para Paulo Freire é fundamental para uma formação cidadã.

A conscientização é um compromisso histórico (...), implica que os seres humanos assumam seu papel de sujeitos que fazem e refazem o mundo. Exige que os homens criem sua exisncia com um material que a vida lhes oferece (...), está baseada na relação consciência-mundo.5

O papel do professor com o compromisso histórico com grupos sociais que vêm sendo excluídos historicamente excluídos e a formação de sua conscientização é de fundamental importância para a formação de valores morais de crianças e jovens. Essa preocupação deve ocorrer com o intuito de promover uma perspectiva de futuro6, evitando uma visão de futuro fechado de possibilidades a qual o Gumbrecht7 se refere.

A partir daquele momento comecei a ler um pouco mais sobre o racismo institucionalizando que persiste no Brasil e os problemas que isso acarreta para a sociedade, serviria de grande apreço na aula e sobre políticas públicas de combate ao racismo. Foi muito importante pois uma das propostas inovadoras trazidas pelo PIBID com a supervisão da professora foi a possibilidade de se discutir a respeito dos Direitos Humanos, dessas atividades consegui participar um pouco mais. Foi por meio de uma biografia8 de Roberto Carlos Ramos como recurso didático que eles decidiram tratar a temática.

o passado atual, aquele no qual acontecimentos foram incorporados e podem ser recordados. Na experncia se fundem tanto a elaboração racional quanto as formas inconscientes de comportamento, que não estão mais, ou que não precisam mais estar presentes no conhecimento [...] Nesse sentido, também a história é desde sempre concebida como conhecimento de experncias alheias9

A citação acima representa a importância da narrativa de experiências alheias e de como essas experiências podem contribuir para o ensino. De como as nossas compreensões de mundo são definidas pela compreensão do passado e de como colocamos expectativas no futuro de acordo com a nossa compreensão do passado. Sendo isso fundamental para a formação ética, moral e intelectual do educando.

Esse tipo de atividade é fundamental dentro da educação. Pois através dela, pude perceber como os alunos - alguns mais e outros menos - se sensibilizaram diante da biografia e o quanto essa sensibilidade permite que os alunos possam respeitar uns aos outros. Na atividade o aluno teria que escrever a sua autobiografia, expressando seus sentimentos em relação a outras pessoas. Essas autobiografias seriam guardadas pela professora e ela não iria expô-las. Segundo Koselleck:

O passado atual, aquele no qual acontecimentos foram incorporados e podem ser recordados. Na experiência se fundem tanto a elaboração racional quanto as formas inconscientes de comportamento, que não estão mais, ou que não precisam mais estar presentes no conhecimento [...] Nesse sentido, também a história é desde sempre concebida como conhecimento de experiências alheias10

A professora problematizou a respeito do conceito de Direitos Humanos, utilizando a Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) como local de origem do conceito. Possibilitou a discussão a respeito de questões raciais, mesmo que indiretamente. Ela abriu um canal de discussão, mesmo que sutil, a respeito de injustiças sociais praticadas contra a população majoritariamente negra e jovem, por estar em voga na época a discussão sobre a PEC 171/199311 que discute a respeito da redução da maioridade penal. De acordo com Luis Fernando Cerri: “... a história não decorre imediatamente das ações humanas, mas é mediada por uma produção de narrativas, das lembranças, orientadas por intenções.”12

Isso é muito importante, tendo em vista que a maioria dos estudantes da turma é composta por negros, jovens e de famílias pobres, que estão formando a sua própria identidade. Dentro disso o enfoque eurocêntrico deve ser evitado para não afetar a identidade histórica de alunos e alunas. Como afirma esse processo é fundamental, e o ensino de História poderia ajudar nesse processo, pois através da narrativa que os sujeitos históricos articulam a sua própria identidade.

Algumas leituras me fizeram amadurecer na discussão sobre questão racial na sala de aula. Como afirma Mônica Lima13, a lei 10.639/200314 é fruto de muito estudo sobre o tema e não é definida de "cima para baixo", foi fruto de longa discussão do movimento negro, de entidades estudantis e de professores. Tomando como objetivo o combate ao racismo, por meio dos textos da professora Mônica Lima15 e das professoras Martha Abreu, Hebe Mattos, Carolina Dantas16 e das discussões com colegas consegui chegar à conclusão de que essas discussões a respeito da questão racial não são levadas ou inseridas na escola pelos professores. Essas discussões já existem na sociedade e o ambiente escolar faz parte dela. No caso do estágio foram presentes na situação do tronco que foi cortado para esconder ou modificar o passado e as contribuições que a população negra ofereceu e oferece no processo de formação de uma identidade nacional. Situações de racismo ocorrem nas escolas e é essencial que professor, discuta a respeito de temas como esse em conjunto com os alunos, a fim de que essa política pública de combate ao racismo se torne eficiente.

PIBID - UFF Raul Vidal - Professora Flávia Pereira e professor Marcus Dezemone

Após ser selecionado para estagiar no Colégio Estadual Raul Vidal fiquei muito contente, pois amigos17 da universidade ao se referirem com muito carinho ao colégio e a professora Flávia Pereira como uma ótima professora que proporciona liberdade juntamente com uma preocupação com as atividades desenvolvidas em sala pelos estagiários. Durante o estágio foi percebida o quanto a participação democrática da direção presente na escola nos anos anteriores, foi importante no processo de permanência do PIBID, rendendo trabalhos acadêmicos sobre essa questão18. Já existia uma grêmio na escola nos anos anteriores, algo que não é tão comum nas escolas (públicas e particulares). Apesar de isso ter sido uma questão a ser refletida, pois percebi nem sempre a presença do grêmio estudantil é uma garantia de que os estudantes se politizem e nem sempre a votação seja sinônimo de algo democrático.

A questão estrutural foi algo que me chamou a atenção no primeiro momento, pois o colégio conta com uma quadra poliesportiva de qualidade razoável.Sempre gostei e pratiquei esporte durante a minha trajetória escolar, o esporte e a educação pra mim nunca estiveram dissociados, mas em uma pesquisei breve na internet e percebi a pouca quantidade de unidades escolares que têm quadras esportivas em bom estado, segundo censo escolar de 2015 da SEEDUC - das mais de 11 mil escolas do estado, somente 5185 possuem espaços de recreativos. A partir disso comecei a refletir sobre a organização espacial da escola, uma arquitetura pautada em prédios rodeados entre si, em que os alunos não conseguem observar nada externo a escola poderia causar uma sensação de cárcere. Isso me lembrou de algumas discussões realizadas na PPE III com a professora Nívea. Acompanhada de horários rígidos, salas de aula fechadas ou trancadas com cadeados (com uma falsa justificativa de proteção ao patrimônio público) e carteiras enfileiradas. Tais questões citadas impossibilitam o desenvolvimento psicomotor da criança e do adolescente de forma completa. Além de limitar o exercício pleno da cidadania, fundamental para o projeto de uma escola democrática. E podem reforçar um sentimento de aprisionamento por parte de educandos e educadores, onde ambos não se sentem completamente identificados com o meio escolar.

Creio que diante de limites estruturais é necessário criar novos meios para atingir uma escola mais democrática. Algo que é muito pouco discutido nas aulas de prática de ensino é sobre o esporte nas aulas de História, em uma sociedade que se mostra cada vez mais obesa, os alunos passarem horas sentados prestando atenção nas aulas não me parece muito saudável para um adolescente que está em fase de crescimento.

Tive contato com um dos maiores problemas que a educação enfrenta no ensino básico, a evasão. Muitos alunos trabalham ou fazem cursos e não permanecem na escola, outros se desinteressam e saem da mesma. Em uma das primeiras aulas a Flávia teve uma conversa franca com a turma sobre a grande quantidade de reprovados que existem no 2º ano, geralmente metade das turmas é reprovada, o que os professores costumam de chamar de “funil” e alertou aos alunos para os atrasos principalmente no primeiro tempo de aula. E no segundo bimestre a coordenação teve que reorganizar as turmas, pois houve a perda de duas turmas no período da tarde, uma delas pertencentes a outro professor de História que conheci na escola chamado Luis Otávio. Os professores mais antigos que ficaram sem uma turma (caso do Luis Otávio) ganhariam uma turma nova. O critério para definir os professores que ganhariam turmas novas foi o de antiguidade, a Flávia era a professora mais antiga (18 anos trabalhando nessa escola), seguida pelo Luis Otávio (16 anos, nem todos no C.E. Raul Vidal).

Essa questão pode passar desapercebida, mas é algo que provavelmente enfrentaremos na nossa carreira no magistério, o contato com essa questão no PIBID foi fundamental para que eu tivesse contato com a realidade e me prevenisse de futuras frustrações.

 

 

Atividades

Aprendi muito sobre a sala de aula e o que envolve a prática profissional de um educador com a professora Flávia. A experiência dela de mais de 15 anos em sala de aula contribui para a minha formação e para a minha reflexão sobre o ensino. Assim como acredito que algumas reflexões minhas também influenciem a professora de forma positiva. A maioria dos trabalhos que eu desenvolvi em conjunto com a professora e com os outros bosistas Rômulo Fernandes, Klauder Gonzaga, Marina Araujo, Sulyanne Marques de Assis foram através de debates democráticos e enriquecedores intelectualmente, onde havia uma participação coletiva grande. Em nossas reuniões debatemos as relações interpessoais que os alunos têm com a escola, a forma que essas relações favorecem a construção de conhecimento, de modo enriquecedor para a sua formação. Também é necessário saber como eles encaram as formas de ensino, como gostariam que as aulas fossem aplicadas, de forma que sejam dinâmicas e que isso acrescentasse novas experiências em seu dia a dia, para explorar ao máximo o potencial intelectual dos educandos.

No ano de 2015 elaboramos seminários com cinco temas a serem explorados pelos alunos do segundo ano do ensino médio: Anarquismo, Imperialismo, Capitalismo/Liberalismo, Sindicalismo, Socialismo. Devido a elevada gama de alunos, cada bolsista acompanhou um grupo de estudantes que eram responsável pesquisar sobre um dos temas. Conseguimos dessa forma acompanhar de forma mais próxima os alunos e auxiliá-los na escolha dos materiais de pesquisa e na elaboração de uma produção textual sobre o tema, respeitando o tempo de cada aluno. Foi um trabalho muito proveitoso, pois teve a participação de todos e os estudantes assistiram as apresentações de seus colegas de classe, havendo uma troca e interesse muito grande entre eles.

Nesse mesmo momento formulei e apliquei com a Flávia no terceiro ano uma atividade sobre arte e educação inspirada na exposição "Picasso e a Modernidade Espanhola" no CCBB em 2015. Local que visitamos e tivemos a oportunidade de acompanhar as turmas nessa visita a um espaço educativo fora do espaço escolar, foi estabelecida a relação entre a visita a exposição e os conteúdos ministrados nas aulas de História do colégio. O trabalho foi utilizado como forma de avaliar a capacidade de análise dos alunos, possibilitando com que eles pudessem manifestar-se criticamente e artisticamente. Tal incentivo à perspectiva crítica frente às obras objetivou o incentivo a liberdade de opinião e expressão que muitas vezes são inibidos por variados aspectos, citando alguns deles podemos exemplificar com: timidez, medo de punições, coerções etc. Conseguimos estimular curiosidade e a capacidade crítica dos alunos frente a obras de arte, com o objetivo de auxiliá-los na análise crítica de obras de arte. No aspecto artístico da atividade, o aluno deveria manifestar-se através de um desenho e escrever um texto que explicasse os motivos de ele estar se expressando daquela maneira. Era importante e, inclusive, condição do trabalho, relacionar toda a forma de expressão a algum conteúdo ministrado no bimestre. Por se tratarem de alunos do terceiro ano do ensino médio, tal relação poderia se dar em diversos conteúdos, como a questão nazista, guerra civil espanhola, dentre outros. Cria-se a partir daí um novo desafio para esse aluno, perpassando não só a questão crítica, artística e pessoalidade na produção do trabalho. Ele passa a ter que explicar de forma redigida os motivos do seu desenho, a tentar superar a grande dificuldade de produção textual nas quais muitos deles possuem. Foi uma atividade surpreendente, pois nos desenhos pôde-se observar como questões de foro íntimo. Medos, tristezas e valores dos alunos se apresentam sem que eles percebam no papel. O que gerou debates sobre racismo, homossexualidade, violência, ética.

Considero essa uma importante atividade, pois uma das discussões nas aulas de PPE I com o texto do Antônio Nóvoa19 a aprendizagem sugere a valorização da arte, da ciência e da cultura, enquanto elementos centrais de uma sociedade do conhecimento, e através do desenho dos alunos poderíamos ter as suas emoções, sentimentos e suas consciências, além da curiosidade e da criatividade percebida no processo de ensino e aprendizagem. Segundo Paulo Freire: Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos acrescentando a ele algo que fazemos”.20

No ano de 2015 também foi realizada uma atividade com os alunos do 3º ano do Ensino Médio que propunha entre outras ações, relacionar o conteúdo de História e a música, utilizando a segunda como uma fonte histórica que deve ser analisada e criticada para desenvolver a produção textual dos educandos. Foi desenvolvida durante a aula uma discussão a respeito do governo Vargas utilizando duas músicas em sala, da dupla sertaneja e caipira Alvarenga e Ranchinho, a qual os alunos tiveram interesse, pois não é um gênero ao qual eles estejam acostumados a ouvir. Os alunos tiveram que apresentar o conteúdo de História em uma carta direcionada ao Presidente Getúlio Vargas pedindo para que ele não censurasse o artista preferido do aluno. Os educandos desenvolveram uma carta direcionada a Getúlio Vargas com um pedido de que um artista, que eles escolheram, parasse de ser censurado pelo DIP. A organização de tal trabalho foi pensada por conta da dificuldade, apontada em outras aulas, que os estudantes têm para elaborar uma produção textual, muitos escreviam pouco, seja por dificuldade de aprendizagem ou por insegurança nas provas e atividades desenvolvidas em sala. Dessa forma, pode-se ter um contato maior com os educandos e auxiliá-los na atividade, corrigindo alguns equívocos. Observou-se um maior empenho dos alunos em escrever, pois houve uma preocupação com a produção textual dos alunos, o desenvolvimento na escrita dos alunos foi nítido.

Em 2016, elaboramos uma atividade intitulada "Conhecendo a sociedade afrocarioca de perto". Onde fizemos uma atividade de campo com os alunos do 2º ano do Ensino Médio na Praça XV, no Boulevard Olímpico e no Instituto Pretos Novos. A realização e o acompanhamento da atividade foi em conjunto com os alunos do 2º ano do Ensino Médio. Onde eles conheceram um pouco mais do Rio de Janeiro e da contribuição da população africana para a sociedade brasileira. Percebendo as contribuições do IPN como um local de memória da escravidão. Durante o trajeto os alunos conheceram o Boulevard Olimpico e o VLT, aos quais muitos deles só conheciam pela televisão ou pela internet. Grande interesse por parte dos alunos em conhecer novos locais e aprender mais a respeito da História da cidade do Rio de Janeiro. Ter contato próximo a locais históricos fascinou os alunos. Locais que eram mencionados pela televisão e que os alunos nunca haviam tido contato.

Até o momento, sempre foram elaboradas listas de exercícios sobre os temas trabalhados em sala de aula. Alguns exercícios são modificados de acordo com o interesse pedagógico da aula e do vestibular mais próximo, no caso dos alunos do C. E. Raul Vidal, a UERJ ou o ENEM. O período de greve dos professores da rede pública em 2016 foi o mais desafiador, a falta de organização da SEEDUC fez com que os alunos se mostrassem muito inseguros em relação a preparação para o vestibular. Por se tratarem de alunos do Ensino Médio, para auxiliar e acompanhar os estudantes, foram preparadas listas para dois temas recorrentes nos principais vestibulares do país, além de terem sido temas que foram trabalhados com a professora em sala e acompanhamento da atividade em conjunto com os alunos do 3º ano do Ensino Médio. Maior aproximação entre bolsista e estudantes, pois foi a primeira atividade que contou com os alunos em maior quantidade, após a greve dos professores da rede estadual. Tal atividade propiciou aos alunos um primeiro contato com questões de História dos principais vestibulares do Brasil.

III - Relação escola universidade no PIBID

Durante o período que estou no PIBID foi o momento em que me afirmei como professor e pesquisador em formação, pois realizei diferentes pesquisas sobre variados temas, escrevi artigos, resumos trabalhos acadêmicos, apresentei trabalhos acadêmicos, assisti trabalhos de amigos e pessoas que não conhecia sobre temas que eu também desconhecia, e venho aprendendo a cada nova experiência.

Apresentei trabalhos na XIV Mostra de Iniciação à Docência na Educação Básica, atividade da Agenda Acadêmica 2016, com a apresentação do trabalho intitulado “99% é História, mas aquele 1% é Sertanejo. A música sertaneja ganha destaque nas aulas de História do Colégio Estadual Raul Vidal”. No III Encontro Anual PIBID UFF 2016, com trabalho intitulado "O pibid como mediador de vozes - reflexões sobre a escola como um espaço de liberdade realizado em 18/10/2016. No II Encontro Anual PIBID UFF 2015, com trabalho intitulado "A arte se faz presente entre alunos na aula de História do Colégio Estadual Raul Vidal" realizado em 26/11/2015. No II Encontro Anual PIBID UFF 2015, com trabalho intitulado "Os desdobramentos e acúmulo de experiências das relações docente e discente: um panorama sobre os projetos e as ações dentro do Colégio Estadual Raul Vidal (CERV)". Fui colaborador na XIII Mostra de Iniciação à Docência na Educação Básica, atividade da Agenda Acadêmica 2015, com a apresentação do trabalho intitulado "A Curiosidade em Sala de Aula e a Construção Coletiva do Saber" realizado em 25/11/2015.

Li e reli textos oferecidos nas disciplinas de prática de ensino e de História pela universidade, fui orientado pela professora Flávia e os outros bolsistas sobre novas leituras e orientei textos a eles também. De certa forma, fez com que hoje eu lide de outra forma com as leituras dos textos e as suas interpretações de maneira emancipatória. Pois também indiquei leituras novas a professora Flávia e aos meus colegas de trabalho.

Acabei me aproximando muito mais dos professores e colegas de curso por conta disso, formando grupo de estudos e refletindo muito mais sobre a sala de aula
Também houve contato com a greve dos professores na rede estadual e ocupação dos estudantes. Foi um momento crucial na minha formação pois as discussões políticas foram intensas, além de serem discutidas estratégias e objetivos nesse momento que pudessem conciliar a prática docente e a luta política.

Eu não tinha muitas idéias do que estudaria na minha monografia, só decidi um ano depois que a temática seria arte no século XIX. Após a leitura de textos sobre imagem I e III, e consegui realizar algumas reflexões a respeito do trabalho com imagens na sala de aula, percebo que apesar dos professores dominarem recursos tecnológicos, faço aqui uma crítica, eles colocam muitas imagens nos slides, mas pouco utilizam essas imagens que seria uma ferramenta importantíssima para ajudar os alunos a compreenderem a arte e se apropriarem da mesma (não sendo elas o único meio para se compreender a arte21). Uma leitura não obrigatória da disciplina de PPE I, me despertou essa questão, de acordo com Circe Cittencourt:

Na seleção de imagens, um primeiro ponto a levar em conta é a escolha de imagens fortes que sejam capazes de causar um impacto visual, para motivá- los e de trazer informações substantivas sobre o tema ou gerar questionamentos22

Outro ponto a se destacar foram as reuniões gerais realizadas pelo PIBID História-UFF que engloba uma quantidade grande de licenciandos supervisores e coordenadores, mesmo com a dificuldade de estabelecer datas que pudessem atender a todos, devido a correria de um mundo globalizado segundo a lógica do capital em que vivemos, as reuniões eram sempre lotadas e muito democráticas, conheci muitos bolsistas e professores e troquei muitas experiências com os mesmos.

IV - Percepções e futuros objetivos com o PIBID

Tendo como referencial teórico Tardiff23 e a importância que o mesmo dá para o saber experiencial, “incorporam-se à experiência individual e coletiva sob a forma de habitus e de habilidades, de saber-fazer e de saber ser”24, podemos dimensionar o grande impacto que o PIBID tem na minha formação e na própria formação continuada de professores da rede estadual de ensino e de professores universitários. É o período mais rico intelectualmente da minha formação, onde venho aprendendo muito mais a respeito da educação e me mostro muito mais preparado para ensinar o que aprendi durante um ano e nove meses do programa para os novos bolsistas. Apresar das dificuldades do cotidiano, como a falta de estrutura da própria cidade em relação ao transporte público que por vezes dificulta a mobilidade até o colégio e gera uma perda de tempo e cria “stress” por parte do mesmo, e a violência, a escola ainda assim se mostra um local acolhedor, onde a relação com o alunos se dá de forma calma e amistosa, mesmo com as situações já descritas fora da escola. Proporcionando uma boa relação entre professora, bolsistas e alunos, onde cada um pode se sentir a vontade de se manifestar, interagindo cada vez mais nas aulas.

Com a continuidade do programa e dos bolsistas, o espírito crítico-reflexivo por parte dos alunos se mostra cada vez mais aflorado, pois a todo instante nas aulas foi percebido que cada vez mais os alunos buscam participar das aulas, relacionando passado e presente na busca de compreender melhor o mundo que o cerca. Gerando questionamentos e novas visões de mundo, que sem dúvida nenhuma dialogam e influenciam visões de mundo de bolsistas e professores. Nos atentamos para a importância da discussão de novos debates em sala de aula, tomando esse espaço como um local de liberdade, algo que deve ser compartilhado entre os antigos e novos bolsistas.

Por conta das questões levantadas acima podemos perceber a importância e a necessidade da manutenção e expansão do PIBID tanto na vida de professores e bolsistas quanto na vida dos alunos. Pois o PIBID sempre foi um importante elo entre a universidade e as escolas básicas. Proporcionou novas reflexões a respeito do ensino para ambas, sem estabelecer uma hierarquia entre os ensinos. Existindo uma maior proximidade entre os alunos e os professores a participação dos alunos se torna notoriamente maior e novas reflexões são construídas por parte dos bolsistas e dos professores.

O momento de expansão do ensino nas universidades públicas, com a entrada de mais jovens de classes populares na mesma, acaba refletindo em novas formas de se pensar a escola e novas formas de se pensar o processo de ensino-aprendizagem e a relação professor-aluno. Gerando opiniões e debates enriquecedores. O PIBID se mostra um local importante, que deveria ser melhor explorado, com o maior diálogo entre as licenciaturas, visto que isso muitas vezes não ocorre no processo de formação de professores nas universidades. Que proporciona uma maior reflexão e aprendizado para os professores e bolsistas além de uma formação mais completa ao alunado.

No campo das dificuldades encontradas é importante ressaltar a dificuldade dos alunos em escrever textos maiores em sala. Mas não se trata de uma dificuldade exclusiva de alunos da rede pública e não se trata de uma dificuldade irremediável. Foi observado que os alunos se esforçavam muito para fazer belos desenhos, mas a parte escrita não era bem feita. Tomando a relação de ensino-aprendizagem como crítica reflexiva, uma das conclusões a que se chegou era de que essa questão da escrita não era só uma questão de formação. Era uma questão de baixa estima e insegurança também que por vezes é mais aflorada entre adolescentes e jovens. Tal dificuldade só foi possível de ser observada devido a troca de experiência entre bolsistas mais antigos e mais novos.

Foram pensadas soluções para essa questão. E pensamos que uma das formas de auxiliar os alunos era selecionar palavras chaves durante a explicação dos conteúdos e pedir que os alunos selecionassem trinta dessas palavras chaves e que elas constassem na carta que eles iriam escrever na atividade avaliativa.

Durante algumas reuniões no início do ano de 2017 entre os bolsistas foram traçadas atividades pensadas em conjunto. A luta pela manutenção do programa é constante e se faz necessária facilitaria, a troca entre a universidade e a escola. Assim como tive uma recepção muito boa por parte dos bolsistas mais antigos, gostaria de recepcionar e trabalhar com novos bolsistas a fim de contribuir para a formação desses mesmos como educadores. Além das atividades já planejadas para o ano de 2017, o PIBID vem sendo durante esse período muito agregador e tenho aprendido muito e a permanência do programa fará com que esse espaço de experiências aumente.

 

Bibliografia

 

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1 Professor adjunto da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, atuando no departamento de Sociedade, Educação e Conhecimento (SSE - FE - UFF). Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013), possui Mestrado em Educação (2008) e Graduação em História (2004) pela mesma instituição. Atualmente Coordenador do Laboratório de Ensino de História da Universidade Federal Fluminense (LEH-UFF).

2 SCHMIDT, M. A. M. S. (Org.) ; DAOLIO, Jocimar (Org.) ; BARCA, Isabel (Org.) ; MARTINS, E.R. (Org.) . Jorn Rusen e o ensino de historia. 1. ed. Curitiba: Editora da UFPR, 2010.

3 LE GOFF, Jacques. Hisria e Memória / Jacques Le Goff, tradução Bernardo Leitão [et. al.]. 4ª ed. Campinas, SP: Editora UNICAMP, 1996.

4 KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: Contribuição à semântica dos tempos históricos; tradução, Wilma Patrícia Maas, Carlos Almeida Pereira; revisão César Benjamin. Rio de Janeiro: Contraponto-Ed. PUC-Rio, 2006.

5 FREIRE, Paulo,(1966) Educação como prática da liberdade, 1966.

6 SCHMIDT, M. A. M. S. (Org.) ; DAOLIO, Jocimar (Org.) ; BARCA, Isabel (Org.) ; MARTINS, E.R. (Org.) . Jorn Rusen e o ensino de historia. 1. ed. Curitiba: Editora da UFPR, 2010.

7 GUMBRECHT, Hans Ulrich. Depois de aprender com a História. In.: Em 1926 - vivendo no limite do tempo. Rio de Janeiro/São Paulo: Editora Record, 1999.

8 Biografia de Roberto Carlos Ramos retirada do endereço: http://www.robertocarloscontahistoria.com/roberto.asp

9 KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: Contribuição à semântica dos tempos hisricos; tradução, Wilma Patrícia Maas, Carlos Almeida Pereira; revisão César Benjamin. Rio de Janeiro: Contraponto-Ed. PUC-Rio, 2006.

10 KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: Contribuição à semântica dos tempos hisricos; tradução, Wilma Patrícia Maas, Carlos Almeida Pereira; revisão César Benjamin. Rio de Janeiro: Contraponto-Ed. PUC-Rio, 2006.

11 Proposta de Emenda à Constituição, de autoria de Benedito Domingos do PP/DF. Essa ementa altera a redação do art. 228 da Constituição Federal (imputabilidade penal do maior de dezesseis anos).

12 CERRI, L. F. ; Ensino de Hisria e consciência hisrica: Implicações didáticas de uma discussão contemporânea. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011.

13 LIMA, Mônica. Aprendendo e ensinando hisria da África no Brasil: desafios e possibilidades. In: ROCHA, H.; MAGALHÃES, M.; GONTIJO, R. (Orgs.). A escrita da hisria escolar, memória e historiografia. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009.

14 A Lei nº 10.639/2003 alterou a Lei de Diretrizes e Bases (LDB - 9.394 / 1996), que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira"

15 LIMA, Mônica. Aprendendo e ensinando hisria da África no Brasil: desafios e possibilidades. In: ROCHA, H.; MAGALHÃES, M.; GONTIJO, R. (Orgs.). A escrita da hisria escolar, memória e

historiografia. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009.

16 ABREU, M; MATTOS, H; DANTAS, C. V. Em torno do passado escravista: as ações afirmativas e os historiadores. In: ROCHA, H; MAGALHÃES, M.; GONTIJO, R. (Orgs.) A escrita da hisria escolar, memória e historiografia. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009.

17 Esses amigos realizaram estágio PIBID/UFF com o professor de História Luis Otávio no mesmo colégio.

18 ASSIS, R. F.; OLIVEIRA, Raphael Braga. O PIBID como mediador de vozes - reflexões sobre a escola como um espaço de liberdade.. 2016, (Apresentação de Trabalho/Comunicação III Encontro Anual PIBID UFF 2016)

19 NÓVOA, António; Gandin, Luís Armando; Icle, Gilberto; Farenzena, Nalú; Moschen Rickes, Simone Pesquisa em Educação como Processo Dinâmico, Aberto e Imaginativo: uma entrevista com António Nóvoa Educação & Realidade, vol. 36, núm. 2, maio-agosto, 2011.

20 FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido.Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1997.

21 Os estudos de culltura visual conceituam a arte como algo não naturalizado e sim como construída socialmente e historicamente. Percebendo o interesses políticos e econômicos, locais de produção, formas de circulação da informação, exposições e apropriações pelas práticas das sociedades são exemplos de como se atribui determinados valores a uma obra de acordo com o momento histórico que se vive.

22 BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, p. 378-382; 2004

23 TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.

24 TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, p.38, 2002.

 

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